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Alterações climáticas são o grande desafio da produção nacional de amêndoa e noz


O portal NutsData, que a Portugal Nuts - Associação de Promoção de Frutos Secos lançou, partiu da necessidade de se conhecer com mais profundidade a matriz dos seus associados no terreno e permitiu já conhecer, detalhadamente, os dados recolhidos sobre a campanha de 2023. "Os dados do INE sobre estas culturas chegam-nos quase com um ano de atraso. Com o NutsData, recebemos e tratamos os dados dos associados em pouco tempo e disponibilizamos a informação quase no imediato", explicou ao Hipersuper, António Saraiva, diretor executivo da associação da PortugalNuts.



O que levou a Portugal Nuts a criar o portal NutsData? E o que destaca dos dados compilados pelo portal?


Motivou-nos a necessidade de conhecermos com mais profundidade a matriz dos nossos associados no terreno, assegurando a confidencialidade dos dados reportados e dar-lhes a possibilidade de se compararem com a amostra que é composta da totalidade dos associados. Destaco o fato de obtermos dados atempadamente - a meio da campanha e no pós-colheita - e de forma continuada no tempo. Os dados do INE sobre estas culturas chegam-nos quase com um ano de atraso. Com o NutsData, recebemos e tratamos os dados dos associados em pouco tempo e disponibilizamos a informação quase no imediato.


Revelou que a área de amendoal dos produtores, 17.414 hectares, está a produzir 30% do seu potencial total, o qua deverá alcançar daqui a 5/6 anos. São amendoais plantados com técnicas 'mais modernas'?


Sim, apenas está a produzir 30% da capacidade produtiva que as amendoeiras poderão alcançar quando atingirem a maturidade. As produtividades aumentam gradualmente até ao 7 ou 8 ano de idade e a partir do 3 ano (idade a partir da qual se considera que as árvores começam a produzir). Toda a área de amendoal registada no NutsData diz respeito a amendoais de alta densidade ou muito alta densidade, em copa ou em sebe, com rega gota-a-gota e nos quais a colheita é feita através de diferentes tipos de maquinaria.


Que desafios estão e vão enfrentar os produtores para continuarem a aumentar a produção e chegarem às 60 mil toneladas projetadas?


Os desafios das alterações climáticas: disponibilidade de água para rega, eventos meteorológicos que possam afetar a floração/frutificação e a colheita, aparecimento de novas pragas e doenças, o desempenho das diferentes variedades face a estas situações, mas também a evolução do mercado global e a procura de amêndoa.


Em 2023, quanto vão significar estes 17.414 hectares em temos de produção? E, no global, as 20 mil toneladas de miolo de amêndoa que a Portugal Nuts projetou para 2023 vão continuar-se?


Esta área produziu 7.900 toneladas de miolo de amêndoa, de acordo com o NutsData. As 20.000 toneladas que projetámos como total nacional só poderão ser validadas no final de junho ou no início de julho, con1 os dados do JNE para 2023. Este volume significava um crescimento de 20% relativamente a 2022, face aos 15% previstos pelo INE. Acho que vamos ficar perto da nossa previsão em percentagem. Sobre o volume absoluto tenho dificuldade em me pronunciar, já que o volume referido pelo INE em 2022 difere da nossa estimativa para esse ano. Vamos esperar.


O Alentejo - e o Alqueva - veio alterar o panorama da produção de amêndoas e nozes?


Sim. No que à amêndoa diz respeito, o Alentejo já terá superado Trás-os-Montes em área em 2023 e em termos de volume produzido, já o tinha conseguido em 2020. Mas um assinalável crescimento desta cultura também se regista no Ribatejo e Beira Interior, em termos de área, embora com muito menor expressão.


Quanto à noz, a área dedicada à cultura no Alentejo superou Trás-os-Montes em 2017 e em temos de produção já o conseguiu em 2011.


Numa entrevista ao jornal Hipersuper em março último, afirmava: "a internacionalização da marca Portugal nos frutos secos é um objetivo que tentaremos materializar este ano. Mantém-se esse propósito? O que está a ser feito para o concretizarem?


É importante explorarmos esta via, uma vez que estamos muito ligados ao que Espanha faz, devido às suas capacidades de processamento, transformação e exportação. É no nosso principal cliente, com muita diferença para os demais destinos.


Teremos de avaliar a situação com os nossos associados e desenvolver um projeto que possa ser financiado com esse intuito. Temos de ter voz própria, apesar de estar em curso uma campanha de promoção da amêndoa Ibérica em mercados do Norte da Europa, apelando à qualidade da sua produção e do produto final, apelando ao seu consumo e utilização industrial.





Fonte: Hipersuper, 1 Junho 2024

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